sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ADICÇÃO

A tarefa de definir adicção tem desafiado médicos, juízes, padres, adictos, suas famílias e as pessoas em geral, por toda a história. Existem tantas definições potenciais quanto existem grupos com interesses em definir adicção. A questão, inclusive, começa logo ao se nominar a doença: dependência química ou adicção, dependentes químicos ou adictos. Não importa, a verdade é que essas definições enfatizam coisas tais como dependência fisiológica, dependência psicológica, dinâmica familiar, problemas comportamentais e moralidade. Ainda assim, definir adicção, é sem dúvida importante para o processo de recuperação.
“Adicção” é uma condição na qual uma pessoa desenvolve bio-psico-social dependência, com qualquer droga alteradora de humor. Uma adicção leva uma pessoa a usar droga para conseguir uma gratificação a curto prazo. Mas existe um preço a ser pago. A longo prazo, a adicção é acompanhada por obsessão, compulsão e perda de controle. Quando não está usando, a pessoa que sofre de adicção está pensando, planejando ou procurando usar novamente (isto é obsessão).

O uso interfere com a maneira de viver, mas existe uma compulsão ou necessidade avassaladora para usar novamente, apesar das conseqüências dolorosas a longo prazo. A pessoa adicta usa a droga para aliviar a dor criada pelo seu uso. Assim o contínuo uso do químico leva ao contínuo uso do químico – isto é adicção.

Adicção distingue-se de uso de droga pela falta de liberdade de escolha. Usar uma substância alteradora de humor é uma escolha.
Adicção é uma condição que tira da pessoa a escolha, data e freqüência, quantidade e natureza do uso
Toda adicção começa com o uso, mas nem todo uso leva a adicção!
Sensível e desconfiado por natureza, o dependente químico está sempre exagerando na dose, e que dose! E, uma vez tendo começado a usar (beber, cheirar, fumar) parece querer acabar com toda a droga existente (álcool é droga) no mundo. Sua sensibilidade lhe diz que alguma coisa está errado, mas ele desconfia de qualquer tentativa de aproximação, e se isola no seu conflito, querendo resolver seu quebra-cabeças sozinho, fingindo ignorar a tragédia que se aproxima, agarrando-se desesperadamente à convicção de que desta vez será diferente. Ele vai conseguir controlar e provar para todo mundo e para si mesmo que não é um “viciado”. Apenas se descontrolou algumas vezes, é lógico, tinha bons motivos para isso

Já deu prá notar as desculpas tão nossa conhecidas, não é? Descontrole, perda da família, de empregos, dos amigos, uma profunda insatisfação diante da vida, sentimentos de solidão e constante estado de eminência de morte são comuns ao dependente químico.

E temos dependentes nos diversos segmentos da sociedade, expondo a todos, aos riscos advindo do seu comportamento angustiado e irresponsável.

Temos brancos, negros, mulatos, etc... e ainda poderão ser ricos, classe média alta, média, média baixa, pobres, muito pobres, paupérrimos e mendigos. Poderão ser homens, mulheres, homossexuais, bissexuais, sem escolha definida ou assumida, não importa.

A todos, a dependência química poderá atingir. Essa doença que mata, mas desmoraliza antes, é progressiva – ninguém começa tomando uma caixa de cerveja, fumando vinte cigarros de maconha por dia, nem cheirando dez gramas de cocaína numa noite. O uso progride. E além disso, é incurável. Mas, o fato de não ter cura, não significa que é impossível tratá-la. É possível sim. O tratamento existe e a recuperação também.

Convém sabermos ainda, que esta doença afeta aqueles que convivem com um dependente de forma muitas vezes tão intensa que os leva a desenvolver um comportamento semelhante, e por isso, o familiar deve e precisa de tratamento similar.


VOCÊ NÃO É CULPADO PELA DOENÇA, MAS É RESPONSÁVEL PELO SEU USO DE DROGAS

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